As enigmáticas ondas livrescas

Quando empresto um livro à alguém, e esse alguém não o lê, e o devolve, descaradamente, com uma fina (porém perceptível) camada de pó, penso que o livro fora obstinado de maneira tão excêntrica que nem sequer a pessoa entendeu qual o objetivo de estar com ele, talvez justamente por esta significância extraordinária que o livro traz consigo, que faça a pessoa aceitá-lo sem relutância.

Parece-me que livros emprestados têm o poder extra-espacial de emanar seu conteúdo através de alguma forma enigmática de onda, por onde simplesmente estando no mesmo aposento que o livro, a pessoa já absorve todo o seu conteúdo, sendo desnecessário abri-lo e lê-lo. Parece-me totalmente plausível esta idéia, embora tenha notado que após tê-lo devolvido a pessoa não apresentasse nenhum sintoma de ter recebido as tais ondas.

Talvez alguns as recebem e tem a capacidade de as absorver e outros não.

Não sei se é fato, mas bom seria se assim o fosse.

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